sábado, 13 de agosto de 2016

DW - Casa Cor Arte & Design - MADE - 3XDesign


São Paulo movimentada pela arte e o design, em uma semana que deu o que falar...Com curadoria da Bamboo, DW! - Weekend Design termina amanhã.
A CASA COR Arte & Design está inserida no circuito da 'DW'- semana do design, que ainda está acontecendo desde o dia 9 e que se encerra, amanhã - 14 de agosto.
A marca apresenta a primeira edição da CASA COR Mostra Arte, um conjunto de pinturas, fotografias, aquarelas e desenhos assinados por profissionais que estão sempre presentes nas edições de CASA COR.
São obras inéditas e mostram um outro talento destes arquitetos e designers que são conhecidos pelos ambientes maravilhosos que desfilam pela mostra em todo o país.
Entre eles, estão: Aldi Flosi, Antonio Ferreira Junior, João Migotto, Juan Guerra, Yuri Serodio, Patrícia Anastassiadis, Rafael Renzo, Renato Andrade, Ricardo Minelli, Roberto Cimino e Túlio Xenofonte.
Fotografias de Juan Guerra
Wesley Lemos e Roberto Cimino
(As imagens de divulgação de Casa Cor Arte & Design são de Rafael Renzo)
A Casa Cor A&D acontece até amanhã, dia 14/08/2016 - Domingo das 12h às 20h.
Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.173 (vallet no número 1.263) - Cidade Jardim, São Paulo.
A Made tem curadoria por Bruno Simões, que seleciona o portfólio dos participantes da mostra e apresenta um design colecionável com foco no desenho autoral e que agora começa a envolver as artes plásticas no processo criativo de jovens talentos.
O PAPER MADE apresenta artistas que trabalham com o papel na a base de suas criações e que ainda não estão inseridos nas grandes galerias de arte.
Eu vou abrir um parêntese aqui, antes de entrar no 3XDesign, para puxar a sardinha para minha lata e mostrar o lançamento da linha Kashmir, com desenho de Márcio Cecílio, fundador da marca.
E agora...
Por que 3 X(vezes) Design?
Porque foram escolhidas três regiões/ lugares para mostrar suas produções artísticas.
O arquiteto e jornalista, Pedro Ariel Santana é o idealizador da mostra e convidou o designer catarinense, Jader Almeida para projetar e ser o curador de uma destes pavilhões.
O Pavilhão do Brasil Industrial, que foca na produção em grande escala para atender um mercado com grande demanda.
Com uma montagem belíssima, podemos perceber o domínio da curvatura em madeira, um traço marcante do design nacional no mobiliário.
E também de nos orgulhar de marcas, hoje conhecidas mundialmente, como a malharia da Hering e as sandálias Havaianas.
O Pavilhão da Itália tem curadoria de Ricardo Bello Dias.
Além de uma seleção de produtos assinados por designers como Achille Castiglioni, Alessandro Mendini, Antonio Citterio, Maurizio Catelan, Patricia Urquiola, Piero Lissoni, Studio Pinifarina, entre outros, uma linha do tempo conta a história do desenvolvimento do trabalho de grandes clássicos de design italiano.
A história compactada sobre a procura do belo na Itália, nos últimos 100 anos, traz, Piero Portaluppi - 1888/1967, Gio Ponti - 1891/1979, Bruno Munari - 1907/1998
Temos ainda, Vico Magistretti - 1920/2006, Joe Colombo - 1930-1971 e Enzo Mari - 1932
E por último, o pavilhão do Cariri ou Brasil Profundo, porque na região habitada pelos índios cariris no sertão do nordeste, é onde se encontra preservada muito das raízes de um artesanato primitivo, autêntico, um retrato cultural de um povo que usa as mãos para produzir arte.
A curadoria do Pavilhão do Cariri é da arquiteta, Ana Virginia Furlani, que retrata a força cultural da região passando pela arte manufaturada em madeira, cerâmica e papel.
A arte dos nomes consagrados do Cariri, como Mestre Manoel Graciano, Mestre Diomar Dantas, Mestre Nino, herdeiros de mestre Noza, está presente no pavilhão.
O trabalho de Mestre Zé Lourenço, com a técnica da xilogravura e as histórias de Cordel
Zé Lourenço
Tem ainda a arte de Espedito Seleiro e seus arabescos com taxas, um nome que esteve ligado recentemente aos Irmãos Campana, na coleção 'Cangaço'.
Quero ressaltar também a crença religiosa deste povo, em especial o culto ao Padre Cícero, líder religioso e político morto há mais de 80 anos.
Numa visão que desde há muito tempo já se adiantava em como deveria ser o modo correto para se viver em harmonia com todo nosso planeta, porque acredito que toda produção artística tem que se preocupar com a sustentabilidade desta terra tão linda, mas anda tão castigada por um modo de viver inadequado.
Me despeço, deixando aqui os preceitos de Padre Cícero, para que todo nós repensemos numa forma de coexistir com o mundo, para que ele continue belo.
Abaixo, imagem de Padre Cícero feita pelas mãos de Mestre Noza.
1. – Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau.
2. – Não toque fogo no roçado nem na caatinga.
3. – Não cace mais e deixe os bichos viverem.
4. – Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.
5. – Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.
6. – Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.
7. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.
8. – Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.
9. – Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.
10. Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá o que comer. Mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.
Não só o sertanejo, mas todos os povos, em todo o planeta, deveriam seguir estes sábios conselhos.
Corremos o risco do mundo inteiro se tornar um deserto ou ao menos um semi-árido e isto em pouco tempo, se ações concretas não se tornarem hábitos corretos.

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