sábado, 27 de fevereiro de 2016

Dos avós para os netos.


Projetada originalmente em 1958 pelo arquiteto suíço Theodor Cron , esta casa foi reformada pelo escritório do arquiteto, Adrián Noboa.
Segue ficha técnica:
Arquiteto: Adrián Noboa
Desenho de Interiores: Kathy Grimberg e Simone Mandel
Colaboradores: Diego Aguilar, Aquihel Baca, Percy Estrada, Ana Loayza
Construtora: Gallegos & Agüero Ingenieros
Localização: Colinas de Malecon, Ancón, Peru
Área: 745.00 m2
Ano do Projeto: 2014
Fotografias: Renzo Rebagliati
Os clientes pertencem à terceira geração da família e a revitalização do espaço contou o objetivo claro, da valorização do projeto original feito para seus avós.
Casa de avós é bom de qualquer jeito e em qualquer lugar, imagine com uma localização tão privilegiada, situado numa colina com vista para o mar na baía de Ancón, bairro ao norte de Lima, no Peru.
A reforma respeitou a ideia central do projeto original, valorizando os planos horizontais utilizando parapeitos baixos nos terraços, permitindo total contato visual com a área externa, que tem uma linda vista da capital peruana.
Foi realizado um estudo reinterpretando e adaptando o novo volume arquitetônico ao perfil do entorno do terreno, preservando palmeiras e outras árvores existentes.
A linguagem da composição é reforçada através dos materiais de revestimentos usados, como a utilização de pedra natural local, obtidas a partir das escavações da colina para a construção do projeto.
Os novos materiais utilizados deveriam ser o mais neutro possível, para não competir com os materiais originais recuperados na reforma.
A ampliação pediu novos ambientes sociais e de lazer , para as diferentes atividades durante os fins de semana. Inclui um novo terraço para o nível dos quartos,com uma nova piscina e um mais dois níveis foram criados para as áreas destinadas aos serviços domésticos.
E então, você gostou deste projeto e do resultado?
Quem sabe se você não se anima a reformar também sua casa ou escritório, renovar os ambientes é bom para dar novo estímulo a nossa vida, para balançar um pouco nossos alicerces.
De vez em quando precisamos colocar algumas coisas em nova ordem, e qualquer mudança no corpo físico de nossos espaços, mexe diretamente com nossos arraigados conceitos, que muitas vezes insistimos em manter sem ao menos assoprar a poeira que os cobre, velando um novo caminho e uma nova possibilidade...pense nisso!
Até nosso próximo encontro, abraço!

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Fachadas com fechamento em vidros.


Na matéria passada falamos da sensação de liberdade que experimentamos, quando no interior de um ambiente olhamos para fora como se não houvesse nada que nos separasse do resto do mundo.
Estar abrigado e protegido dentro do aconchego de um doce lar é confortável, mas ninguém quer perder esta vista, não é?
E para fazer este fechamento em vidros, temos várias opções, então é bom saber qual é a melhor escolha.
Cada situação tem um fechamento ideal, depende de dimensões e do que se pretende obter como resultado.
PELE DE VIDRO
Muito usada em grandes edifícios e construções corporativas, por vencer vãos generosos, é denominada assim por parecer mesmo uma pele, que cobre todo a extensão com vidros.
O método padrão de instalação é feito com quadros pré-moldados, entregues na obra com os vidros e as borrachas já fixados e prontos para serem posteriormente encaixados na estrutura que irá recebê-los.
Com um grande impacto visual, a pele de vidro é grande tendência na construção civil, pela rapidez na instalação e pelo resultado estético que impressiona.
Pode ser usado explorando a transparência do vidro e deixando aparente sua estrutura ou criando uma ilusão de que os vidros flutuam uns sobre os outros, quando aplicada com película ou vidro reflexivo.
SPIDER GLASS
O sistema Spider é formado por aranha e rótula – peças pontuais e articuladas, que fixam os vidros a uma estrutura portante.
As rótulas são fixadas ao vidro por meio de parafusos especiais com função de absorver as diferenças de dilatação e deformações causadas pelas intempéries, acompanhando as movimentações do vidro.
A grande vantagem neste caso é que não há limites para a imaginação e você pode criar formas envidraçadas em qualquer formato.
JANELAS PANORÂMICAS OU CORTINAS DE VIDRO
Este sistema pode ser aplicado como divisória em salões, cozinhas ou em qualquer outro espaço no interior de residências ou ambientes comerciais.
Além de ser a solução ideal para fechar varandas, terraços, piscinas cobertas e aquecidas, que necessitem de isolamento térmico e/ou acústico, por possuir um sistema de vedação no encontro entre uma peça e outra.
Tem alta resistência a ventos fortes mesmo em alturas elevadas.
O vão em largura deste sistema não tem limite, somente para a altura (em torno de três metros).
A grande vantagem é que ele consegue acompanhar as curvas dos elementos arquitetônicos.
Consegue fazer os ângulos de noventa gruas, eliminando o uso de pilares e mantendo a paisagem limpa, sem obstáculos visuais.
SISTEMA DESLIZANTE COM CARRINHOS
O sistema de instalação deslizante, para portas de correr, com carrinhos suspensos ou no piso é prático de instalar e de fácil manuseio. Ele tem a vantagem de dispensar ferragens centrais nos vidros, permitindo um resultado mais agradável e limpo visualmente.
O cuidado neste caso é o limite de altura e largura do vidro, para que ele não pese demasiado, prejudicando o funcionamento das peças, que se juntam todas alinhadas a parte que permanece fixa.
Além da interação entre os ambientes interno e externo, o modelo permite transparência e segurança.
ESTRUTURA EM ALUMÍNIO
A estrutura em alumínio pode ter uma série de variantes, pode trabalhar a parte em alumínio de maneira escultural, criando peças exclusivas.
Localizado na região de Malmö, na Suécia, esta construção parece um origami.
É parte de um museu, o World Maritime University e se destaca em meio às edificações antigas do entorno. Projetado pelo escritório Terroir, da Austrália.
Da rede Mc Donald’s, este restaurante-conceito se localiza na Geórgia.
O arquiteto responsável pelo projeto é o Giorgi Khmaladze, mestre pela Escola de Design de Harvard.
Aqui o destaque desta porta em alumínio é o seu sistema sanfonado, que permite que ela vá se dobrando uma sobre a outra, até que o vão fique todo livre, com exceção da parte onde elas ficam recolhidas.
Com resultado bem parecido, este sistema deslizante recolhe todas as bandeiras em uma das laterais.
A diferença está no trilho que exige maior número de partes de acordo com o número de bandeiras, enquanto o sanfonado, utiliza um trilho menos largo.
Ambos podem ser embutidos tanto no piso, como no teto.
Outra opção com estrutura em alumínio é a porta pivotante, que gira em torno de um eixo, que pode se localizar em uma das extremidades ou no centro do vão, como na imagem.
E finalmente, as portas de correr convencionais, onde uma folha se encosta atrás de outra e permite que parte do vão se abra.
Agora é só consultar os profissionais que trabalham com este tipo de instalação, trocar uma ideia com seu arquiteto ou designer de ambientes e se preparar para olhar o mundo de todos os ângulos de sua casa ou escritório.
Para o sistema de 'Cortina de Vidro', temos uma indicação:
Júlio Mascarenhas: telefones - (37) 3229-1106 ou (37) 98815-1111
mascarenhasjuliocesar@gmail.com
www.cortinadevidro.com.br

sábado, 13 de fevereiro de 2016

"Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!"


Não imagino nenhuma sensação maior do que a de liberdade, ao me deparar com as casas abertas ao exterior, através dos vidros de suas fachadas!
Nesta onda virtual onde as pessoas se aproximam e se expõe através das redes sociais, parece crescente a adesão às casas mais abertas.
E parece antagônica a sensação de liberdade, quando o outro pode olhar dentro da minha intimidade. Mas é que esta é mesmo uma moeda de duas faces, eu também me sinto mais livre, quando posso olhar para fora me sentindo protegida pelas paredes do meu ninho.
Ousadia e liberdade, são sensações para quem quer experimentar o mundo com todos os seus encantos, isto é certo.
Em 1951, quando Mies van der Rohe projetou a casa Farnsworth, houve uma série de polêmica em torno da habitação em questão, de processo por parte da cliente até uma denúncia feito por Frank Lloyd Wright, alegando que os "modernistas estavam próximos dos comunistas em sua visão mecânica das necessidades humanas" e eram defensores de um "minimalismo conformista".
Fato é que esta casa se tornou um dos projetos mais famosos de todo o mundo e eu mesma adoraria ter uma dessas com uma vista privilegiada pra algum lugar paradisíaco.
A casa de vidro ou 'caixa de cristal', como ficou conhecida não agradou a Sra. Farnsworth, que alegou que ela era inabitável, por ser tão aberta visualmente.
(Leia mais sobre Mies van der Rohe na nossa matéria de 29 de Agosto de 2015 - 'Da Bauhaus ao nosso caos.')
Inaugurada dois anos antes (1949), a Glass House (Casa de Vidro) projetada por Philip Johnson foi inspirada nos trabalhos de Marcel Breuer e Mies Van der Rohe. Localizada em New Canaan, Connecticut, foi moradia do arquiteto por 58 anos, que ali faleceu dormindo próximo aos 100 anos de idade, em 2005.
(Leia mais sobre Philip Johnson na nossa matéria de 13 de Setembro de 2015 - 'MODERNISTAS - parte final .')
Uma dupla de profissionais pra lá de ousados, projetam algumas casas em puro vidro.
O arquiteto Carlo Santambrogio e o designer Ennio Arioso.
Viver em contato com a natureza e sentir necessidade de privacidade, não é problema pra este material conhecido como: Privalite, que em apenas um clique pode rapidamente mudar de transparente a fosco.
A estrutura é feita em grade articulada por isto as dimensões são mutáveis, estes espaços podem ser reduzidos ou expandidos de acordo com as necessidades do cliente.
A arquiteta mineira - Crsitina Menezes foi premiada no início deste ano, no iF Design Award 2016, na categoria 'Arquitetura e Interiores'.
(Leia mais sobre a premiação no iF Design Award e o projeto de Cristina na nossa matéria de 31 de Janeiro de 2016 - 'iF Design Award - Uma das premiações mais importantes na área do design .')
Seu ambiente para a Casa Cor Minas Gerais 2015, intitulado: Casa de Vidro, segue o mesmo conceito das casas de Mies, Johnson e Santambrogio.
E o que estamos percebendo é que todos desejam ter o exterior e o interior com uma linha limite muito tênue, quase imperceptível.
Algo que permita que eu alcance a natureza com meu olhar a qualquer momento, de qualquer ponto de dentro de minha casa ou escritório.
Talvez uma reminiscência antropológica, uma saudade do que não vivi, mas que está ativo em meu inconsciente coletivo.