sábado, 28 de janeiro de 2017

Do Muxarabi ao COBOGÓ


Cobogó é o nome de elementos construtivos vazados e modulares, que possibilitam ventilação e luminosidade, com certa privacidade.
O nome se deve às iniciais dos sobrenomes dos autores, vamos conhecer um pouco da história.
Os muxarabis são elementos da cultura árabe, criados com a finalidade de proteger as mulheres dos olhares que poderiam alcançar o interior das casas e pátios.
Chegou ao Brasil colônia, onde foi largamente usado com o intuito não só se garantir a privacidade, mas também de proporcionar conforto térmico aos europeus desacostumados com o clima tropical.
Já no início do século XX, na cidade brasileira do Recife, o comerciante português - Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão - Ernest August Boeckmann e o engenheiro brasileiro - Antônio de is, criaram um elemento construtivo modular em concreto, que proporcionasse conforto térmico, filtrando a luz solar.
Batizaram a criação com as iniciais de seus sobrenomes.
Surgia o Cobogó, amplamente difundido por Lúcio Costa , nos anos 50 e 60, tornando-se um elemento muito presente na arquitetura moderna brasileira.
A capital federal - Brasília - é um forte exemplo disto.
Biblioteca Nacional de Brasília - DF
No final da década de 60 passou a integrar fachadas posteriores, onde eram localizadas áreas de serviços. Com isso, perdeu o glamour e se viu parte dos 'fundos' das edificações, caindo em desuso nas décadas seguintes.
Mas a indústria apostou na visão de arquitetos ousados como Zaha Hadid, trazendo os elementos vazados de volta, em grande estilo.
Projetos assinados pelo escritório de: Zaha Hadid.
Inicialmente, os cobogós eram feitos apenas de cimento. Com sua popularização passaram a ser moldados com outros materiais, como argila, vidro, cerâmica, madeira e o que mais a imaginação permitir.
Vamos conhecer alguns trabalhos de arquitetos que utilizam o cobogó em seus projetos:
Casa Cobogó - Arquiteto: Ney Lima - Fotografias de Edgard Cesar
Casa Iporanga - Arquiteto Isay Weinfeld - Fotografias de Nelson Kon
Casa Cobogó - Arquiteto Márcio Kogan co-autoria de Carolina Castroviejo - studio MK27 - Fotografias de Nelson Kon
Museu La Tallera - Arquiteta Frida Escobedo - Fotografias de Rafael Gamo
Os elementos vazados fazem surgir desenhos em luz e sombra, há que se considerar o efeito estético e tirar partido dele.
Studio R - Arquiteto Márcio Kogan co-autoria Gabriel Kogan e Oswaldo Pessano - studio MK27 - Fotografias de Fernando Guerra

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